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COORDENAÇÃO ARTICULAR DO MEMBRO SUPERIOR PRESERVA A CINEMÁTICA DA MÃO APÓS UMA LESÃO TRAUMÁTICA DO PLEXO BRAQUIAL

Resumo de Pesquisa

O plexo braquial é um conjunto de nervos que tem origem nas vértebras espinhais C5 à T1. A lesão nessa região, chamada de lesão traumática do plexo braquial (LTPB) pode causar uma diminuição no aspecto sensório-motor nos movimentos do membro superior, o que diminui a sua motricidade. Este artigo buscou investigar como a coordenação do conjunto braço-antebraço pode variar entre um indivíduo com lesão e sem lesão. Para isso, entre junho de 2018 e agosto de 2020, foram avaliadas 13 pessoas com a lesão do plexo braquial e outras 10 sem a lesão, para ser o grupo controle. Todos os envolvidos possuíam idade e características antropométricas, como peso, altura e dimensões, parecidas entre si. Em resumo, o experimento consistiu em avaliar a cinemática em diferentes pontos do braço e antebraço como o ombro, cotovelo, punho e dedo indicador enquanto o participante fazia uma tarefa do cotidiano: levar o copo à boca. A partir deste simples movimento, que foi registrado através de câmeras que capturam o movimento em formato 3D, foram extraídos dados como a velocidade de execução deste movimento e os ângulos formados pelo braço e antebraço durante tal ação.

A qual pergunta a pesquisa responde?

O artigo quis demonstrar, através de uma análise comparativa dos dados extraídos, se, do ponto de vista cinemático, a lesão do plexo braquial consegue alterar de alguma forma a coordenação dos membros superiores, como o simples ato de levantar o copo até a boca.

Por que isso é relevante?

Os dados levantados pelo artigo, bem como sua análise são importantes porque através deles é possível entender como a lesão do plexo braquial pode alterar a coordenação motora nos membros superiores. Logo, quem tem tal lesão pode ter a coordenação entre seu ombro e cotovelo alterada como resultado da lesão.

Quais os principais resultados?

Foi encontrada uma diferença no tempo gasto para levar o copo até a boca e retornar para posição de partida. Os participantes com a lesão do plexo braquial demoraram mais tempo para executar tal movimento, quando comparados aos participantes do grupo controle, porém a cinemática da mão foi preservada. A análise entre os dois grupos também demonstrou uma alteração na coordenação entre o ombro e o cotovelo e o cotovelo para indivíduos com a lesão. Os resultados sugerem que os indivíduos com lesão fazem mais movimentos compensatórios com o ombro, reduzindo os movimentos do antebraço.

Quais as conclusões?

O movimento de levar o copo até a boca permitiu verificar que durante tal execução, foi vista uma redução da contribuição do antebraço, por conta da redução da força do ombro, portanto, a busca de cirurgias e reabilitação são caminhos para restaurar a função do ombro. Outro resultado importante também apontou que a lesão do plexo braquial teve impacto na cinemática do membro superior, afetando a sua normal movimentação, levando a uma reorganização da coordenação entre as articulações para preservar a cinemática da mão.

Quais questões seguem em aberto?

Não há questões a serem abertas, porém os resultados podem ser melhorados com o aumento no número de participantes no estudo para uma análise mais ampla.

TÍTULO DO ARTIGO 

Upper limb joint coordination preserves hand kinematics after a traumatic brachial plexus injury

AUTORES

Luiggi Lustosa, Ana Elisa Lemos Silva, Raquel de Paula Carvalho, Claudia D. Vargas 

LINK

https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fnhum.2022.944638/full